domingo, 21 de junho de 2015

Feira cultural - Meio Ambiente

Olá alunos.

Espero que com a participação na Feira Cultural desse ano, cada um tenha levado a sementinha, falada pelo Eric...


Abraços
Dani Del Sole







Renga* Caracol (Jiddu Saldanha & Michèle Sato)
*Renga é um estilo de poesia japonesa que se caracteriza pela construção coletiva, podendo ser um mero diálogo entre dois ou mais poetas. Neste caso, o renga foi escrito por meio de vários haikais, entre duas pessoas loucas por poesia japonesa.

o caracol me olha
com seu mistério silencioso
antenado

o caracol me gosma
com sua solidão enrolada
espiral

sob uma espiral
o caracol se move lendo
chegou o inverno

folhas caindo
casa se move lenta
caracol esquenta

faz frio na cidade lenta
nos telhados, antenas frias
e um caracol

no flash do instante
dois caracóis antenados
brincam haikai

movem-se a distância
dois caracóis numa árvore
folhas de inverno

linguagens na net
jogos de sóis
caracóis
























Tudo na medida (Rejane Mansur)

Quando o mundo foi criado, para a vida se instalar
Tinha tudo na medida, para nada lhe faltar
Tinha o fogo, tinha a terra, tinha a água e tinha o ar
Condição obrigatória para a vida perpetuar

Mas de todos os seres vivos, que vieram pra ficar
Tinha um tal de bicho-homem" responsável pra cuidar
Pois ele tinha o poder para tudo transformar
Foi aí que não deu certo, pois o poder que foi dado ele não soube usar

Com a evolução do tempo e o poder na sua mão
A ganância aumentado para dobrar o tostão
Perdeu a noção de tudo metendo os pés pelas mãos

E o mundo que era perfeito do jeito que ele foi feito, começou a desmoronar
Com a tecnologia que o bicho-homem criava só fazia piorar
Foi dizimando as matas e as espécies, poluindo nossas águas, limitando nosso ar

E hoje, o mundo minha gente, está de pernas pro ar
Se o cuidado não for dado e o ser humanos não se conscientizar
Está com os dias contados e num futuro bem próximo está prestes a acabar

Quem conseguir sobreviver, verá...







































Seca d'água (Criação coletiva sobre poema de Patativa do Assaré)

É triste para o Nordeste o que a natureza fez
Mandou cinco anos de seca e uma chuva em cada m~es
E agora em 85 mandou tudo de uma vez
A sorte do nordestino é mesmo de fazer dó
Seca sem chuva é ruim
Mas seca d'água é pior


Quando chove brandamente depressa nasce um capim
Dá milho, arroz e feijão, mandioca e amendoim
Mas como em 85 até o sapo achou ruim
Maranhão e Piauí estão sofrendo por lá
Mas o sofrimento é nessas bandas de cá
Pernambuco, Rio Grande, Paraíba e Cearpa
A sorte do nordestino é mesmo de fazer dó
Seca sem chuva é ruim
Mas seca d'água é pio

o Jaguaribe inundou a cidade Iguatu
E Sobral foi alagada pelo Rio Acaraú
O mesmo estrago fizeram Salgado e Banabuiu
Ceará martirizado, eu tenho pena de ti
Limoeiro, Itaiçaba, Quixeré e Aracati
Faz pena ver o lamento dos flagelados dali
Seus doutores governantes da nossa grande nação
O flagelo das enchentes é de cortar o coração
Muitas famílias vivendo sem lar, sem roupa, sem pão

A sorte do nordestino é mesmo de fazer dó
Seca sem chuva é ruim
Mas seca d'água é pior









Natureza Humana (Vinícius de Moraes)

Cheguei. Sinto de novo a natureza
Longe do pandemônio da cidade
Aqui tudo tem mais felicidade
Tudo é cheio de tanta singeleza

Vagueio pela múrmura leveza
Que deslumbra de verde e claridade
Mas nada. Resta vívida a saudade
Da cidade em bulício e febre acesa

Ante a perspectiva da partida
Sinto que me arranca algo da vida
Mas quero ir. E ponho-me a pensar

Que a vida é esta incerteza que em mim mora
A vontade tremenda de ir-me embora
E a tremenda vontade de ficar